Embora a Funcef tenha divulgado em 23 de março dados do balanço de 2020 relativos aos planos por ela administrados, a íntegra da demonstração de cada plano e o relatório anual ainda não estão disponíveis, o que impede análise detalhada.
Daquilo que a Fundação informou, o superavit de 2020 no consolidado – soma de todos os planos – foi de R$ 2,57 bilhões. Até novembro, último balanço disponível, tal superavit havia alcançado R$ 1,776 bilhão.
Os R$ 2,57 bilhões foram insuficientes para eliminar os R$ 6,2 bilhões negativos contabilizados até 2019, valor devido a parte do acumulado até 2016 e, integralmente, a deficits do período 2017-2020. Anteriormente a esse período contábil, os deficits contabilizados no Reg/Replan Saldado e Não Saldado foram equacionados e, assim, estabelecidas contribuições extraordinárias que vêm sendo recolhidas pelos participantes ativos e assistidos a eles vinculados, além da patrocinadora. Contabilmente, são considerados provisões matemáticas a constituir.
A meta de 10,19% em 2020, determinada para todos os planos em 4,5% de juros mais variação anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPPC), foi superada pelo Reg/Replan Saldado, rentabilidade de 16,6%, e Reg/Replan Não Saldado, rentabilidade de 14,11%. Em ambos os casos, determinante para o ganho foi a variação de 65% no saldo do Fundo de Investimentos Carteira Ativa II, que concentra a participação dos planos na Vale S.A.
Novo Plano e Plano Reb, para os saldos de contas dos participantes ainda em atividade na Caixa, registraram resultados inferiores à meta, respectivamente 7,45% e 7,98%. Segundo a Funcef, impacto negativo pela desvalorização em renda variável, ações a mercado, com oscilações acentuadas em razão da crise sanitária. Esses mesmos planos, reservas de assistidos, superaram a meta, com resultados de 10,95% e 11,8%, respectivamente.
Dos segmentos de aplicação, destaques positivos em Investimentos Estruturados, que inclui os Fundos de Investimentos em Participações (FIP), e Operações com Participantes.
Não há informação relativa ao contencioso judicial, que em 2019 contabilizara em Perda Provável em R$ 1,087 bilhão e em Perda Possível, R$ 4,657 bilhões. A perda provável eleva o deficit, diferentemente da perda possível, que é apenas mencionada em notas explicativas.