A pandemia está matando mais do que uma guerra, mais do que a fome, mais do que qualquer desastre natural.
A humanidade está diante de um desafio enorme de colocar todo o conhecimento científico a serviço de se conseguir superar este vírus. E já conseguiu!
Já existem várias vacinas que dão conta de reduzir, drasticamente, o índice de mortandade pela Covid-19. A experiência brasileira, na cidade de Serrana, interior de São Paulo, deu um resultado extremamente positivo!
Se 75% da população for vacinada, o controle da proliferação da doença estará bem-sucedido e o número de mortes despencará para índices bem baixos.
Por essas e outras razões é que inúmeros movimentos sociais fazem campanha pela vacinação para todos.
É possível vacinar todo mundo!
Apesar de já haver a vacina, não é possível vacinar todo mundo hoje. E o motivo é o fato de que não há uma política para isso.
Já está comprovado que o governo Bolsonaro se recusou a comprar vacinas ou as produzir aqui no Brasil, o que atrasou todo o programa de vacinação. Isso ocasionou centenas de milhares de mortes, além do prejuízo econômico, consequência das crises nos mercados nacional e mundial.
Mas, se houvesse uma política séria, baseada na ciência, que respeitasse a vida acima de tudo, seria possível ter alcançado os 75% de vacinados no País.
Primeiro, poderia ter sido feita a compra das vacinas nas grandes empresas mundiais e, com isso, adiantar a imunização de grande parte da população, evitando a superlotação dos hospitais.
Depois, haveria de quebrar as patentes e fabricar aqui no Brasil a vacina. Nosso País tem know-how técnico e equipamentos para isso.
Essas medidas são de caráter político e não foram tomadas.
Greve sanitária – categorias em luta
Infelizmente, nunca foi aplicada, pelo governo federal, a política de isolamento social, ao contrário, ele a combateu fortemente, rechaçando-a.
O incentivo dado aos trabalhadores no primeiro auxílio emergencial era pífio, mas, no segundo, é mais do que pífio. Também não foram atendidos os pequenos comerciantes e produtores, o que levou à falência inúmeros pequenos negócios. O incentivo era importante para a realização do isolamento social.
A política de abrir a economia levou à necessidade de inúmeras categorias continuarem a trabalhar presencialmente durante a pandemia, atendendo a milhões de pessoas. A Caixa, por exemplo, atendeu a mais de 100 milhões presencialmente e não foi divulgado oficialmente, mas sabe-se que muitos empregados tiveram a Covid-19 e vários vieram a óbito.
Categorias como metroviários, ferroviários, condutores de ônibus tiveram de transportar milhões de trabalhadores que se contaminavam e contaminavam esses trabalhadores do transporte coletivo.
Professores foram obrigados a voltar para salas de aulas, expondo-se ao contágio e levando para casa o vírus, bem como os próprios estudantes.
Além, é claro, dos próprios trabalhadores da saúde, que são obrigados a realizarem o trabalho presencial, mas, sobretudo, a estarem em contato direto com a doença.
Por isso, muitos sindicatos que defendem a vacina para todos foram levados a fazer, também, a luta específica em defesa de suas categorias.
Muitas delas construíram a greve sanitária, exigindo que se encerrasse o trabalho presencial ou que se aplicasse a vacina para os trabalhadores obrigados e realizarem esses serviços.
Categorias que realizaram greves ou chegaram perto de fazê-las e receberam a vacina: metroviários, condutores de ônibus, professores, servidores da Fundação Casa, entre outras.
Para os bancários, infelizmente, não houve uma campanha nesse sentido, embora alguns sindicatos, de forma isolada, viessem construindo alternativas, via judicial. Mas não houve uma mobilização nacional.
Sindicatos de bancários ameaçam greve pela vacina
Depois que o País mergulhou na segunda onda e atingiu uma mortandade assustadora, vários sindicatos começaram a discutir a realização de uma luta, em defesa da vacina, para os bancários que têm de trabalhar presencialmente.
Os Sindicatos do Maranhão e do Ceará estão debatendo, em suas bases, a construção da greve sanitária em defesa da vacina para todos, em especial, para aqueles que não estão em home office.
Essa discussão poderá ocorrer em outras bases também, o que pode forçar a Fenaban a garantir uma vacinação aos bancários, tal qual ocorreu com outras categorias.
Mas, é preciso criticar a postura da Contraf/CUT, que se abdicou da luta efetiva pela vacinação da categoria, fazendo apenas agitação nas redes sociais. Entendemos que seria fundamental uma mobilização nacional, preparando uma greve sanitária de toda a categoria para garantir aos que precisam comparecer presencialmente o direito à vacina.
Infelizmente, mais uma vez, a direção nacional da categoria bancária está aquém das necessidades dos bancários. Nós, do Agora é para Todos, desejamos toda a força à lutas dos bancários no Maranhão e Ceará! A conquista da vacinação da categoria será fundamental, principalmente, nesse momento em que estamos entrando na terceira onda da pandemia!