Previdência e Saúde

Direção bolsonarista do CFM persegue professora da UFRJ, a médica Ligia Bahia

Professora Lígia Bahia/imagem Zero Hora

A médica sanitarista Lígia Bahia, professora da UFRJ, conselheira da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), membra da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade conhecida pela postura crítica em relação à atuação dos planos de saúde, e doutora em Saúde Pública pela Fiocruz, está sendo processada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por suposta ofensa ao órgão.

Lígia manifestou-se, em entrevista ao canal do Youtube do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), de forma crítica ao apoio dado pelo órgão ao uso de cloroquina, liberando os médicos de todo o Brasil a utilizarem, a seu critério, a substância comprovadamente ineficaz no tratamento da COVID 19 e, por consequência, adotando posição antivacina durante a pandemia.

Na mesma entrevista, a médica também fez declaração contrária a tentativa do Conselho de proibir os médicos de promoverem o aborto nos casos previstos em Lei desde 1940, gravidez resultante de estupro, risco de morte da gestante e anencefalia do feto, estimulando os parlamentares da extrema direita a pautarem o debate na Câmara Federal por meio do PL 1920/2024 de autoria do deputado Marcos Pollon – PL/MS; o qual ficou conhecido como PL do estuprador.

A ação contra a profissional reconhecida não somente no Brasil, como internacionalmente, pela valorosa contribuição ao tema da saúde coletiva, notadamente na defesa de medidas de controle do corona vírus, como o isolamento social, contrapondo-se à política de Bolsonaro e a defesa do programa Mais Médicos, pede retratação pública e indenização de R$ 100 mil.

É profundamente lamentável que uma instituição da importância do CFM, cujas diretorias, já há vários anos, por inclinação ideológica de extrema direita, vêm adotando posturas anticientíficas e negacionistas. Diversas entidades importantes ligadas à Saúde Pública e à ciência têm manifestado solidariedade à médica, tais como a própria Fiocruz, o Instituto Walter Leser, ligado à Fundação Escola de Sociologia Política de São Paulo, a SBPC, a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a USP e o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), entre outras.

Os professores da UFRJ organizaram um abaixo-assinado, em apoio à colega, onde ressaltam que “as evidências científicas demonstram a eficácia das vacinas na contenção da doença (COVID-19), com a redução de casos e da gravidade dos sintomas nos infectados, e a ineficácia da cloroquina em seu tratamento.”

Vejam a seguir o link para aderir ao abaixo assinado: https://www.change.org/p/apoio-a-profa-ligia-bahia?recruiter=2785080&recruited_by_id=40ae6b90-9b5b-11e5-9ca1-37b451730206&utm_source=share_petition&utm_campaign=psf_combo_share_message&utm_term=psf_combo_share_initial&utm_medium=whatsapp&utm_content=washarecopy_490406520_pt-BR%3A2

#SolidariedadeÀProfessoraLigiaBahia
#EmDefesaDaSaúdePública

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