A variação nominal do grupo contábil Despesa de Pessoal na Caixa, segundo balanço divulgado em 25 de fevereiro, foi 7,89%, com montante de R$ 30,5 bilhões, em 2024, ante R$ 28,3 bilhões em 2023. Se desconsiderados deste grupo a rubrica Indenizações Trabalhistas, dado seu caráter eventual, a variação cai a 4,3%, percentual inferior à inflação de 2024 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC-IBGE). Entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, a Caixa cortou 3.655 postos de trabalho, fechando o ano com 83.307 empregados frente a 86.962 do ano anterior.
Observada série histórica iniciada em 2014, quando a Caixa registrava 100.677 trabalhadores contratados por ela diretamente, em termos nominais a Despesa de Pessoal saltou de R$ 17,8 bilhões no mencionado ano a R$ 30,5 bilhões em 2024. No entanto, com valores corrigidos a dezembro de 2024 pelo INPC, o dispêndio da Caixa com pessoal encolheu 2,31% nesse período, menos R$ 722 milhões em termos reais.
Saúde Caixa
A provisão para honrar direitos trabalhistas, de dezembro 2017 a dezembro de 2024, registrou pequena variação nominal: 6,79%. Nesse mesmo período, os reajustes formalizados em Convenção e Acordo Coletivo de Trabalho somaram, considerado o primeiro em setembro de 2018, 42,9%, com variação acumulada, em sete datas-bases, de apenas dois pontos percentuais acima do INPC.
No grupo direitos pós-emprego, a provisão Saúde Caixa, destacadamente, encolheu muito. Desde o balanço de 2017 a Caixa considera sua participação no custeio do programa de assistência à saúde limitada a 6,5% do total da folha de pagamentos e folha de benefícios de previdência, desta excluídos valores pagos pelo INSS. Tal limite, a partir de 2018, vem sendo reiterado em Acordo Coletivo de Trabalho ou aditivos específicos entre entidades sindicais e o banco. Com isso, eliminou-se a base de custeio do Saúde Caixa, antes definida em 70% das despesas de assistência por conta da Caixa e 30% por conta dos usuários. As despesas administrativas, que eram exclusivamente da Caixa, passaram a ser consideradas para cálculo do teto de 6,5%. Consequência: além do corte de direitos, o custo para os usuários eleva-se a cada ano. Em 2023, último relatório publicado, a participação da Caixa na despesa total limitou-se a 58,1%, enquanto usuários arcaram com 34,7%, restando déficit de 7,2% no ano.