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Caixa importa contas exportadas pelo Bradesco

Créditos de benefícios do INSS, ao que parece desprezados pelo banco privado, serão destinados a contas na Caixa que, por sua vez, dispensa três mil empregados, fecha 128 agências e tem sistema tecnológico em permanente queda.

Empregados lotados em algumas das agências da capital paulista informam que estão ocorrendo muitas transferências, do Bradesco para a Caixa, de créditos de benefícios do INSS. Segundo beneficiários que procuram as agências da Caixa para abertura de contas para seus créditos, há especulação quanto ao fechamento de unidades do Bradesco destinadas a atendê-los e, por isso, a migração para a Caixa. As contas são movimentadas, ao que inicialmente se observa, por titulares que preferem o atendimento presencial em vez do atendimento por meio de plataformas digitais.

Os benefícios transferidos, dizem ainda os empregados, não trazem valores significativos.  Em maioria, são créditos por auxílio-doença, benefício de prestação continuada e de aposentadorias de um salário-mínimo que, tão logo realizados, são integralmente sacados.

Bem-vindos clientes, agências fechadas e tecnologia em queda.

Bem-vindos os novos clientes, rejeitados por bancos privados e atendidos graças ao esforço de trabalhadores do banco público. Mas esse clientes chegam quando estão sendo desvinculados da Caixa, no atual plano de demissão, mais de três mil trabalhadores. Vale sempre registrar: em dezembro de 2014, a Caixa empregava 100.677 concursados e registrava 78,3 milhões de clientes; em março de 2024, 86.794 empregados e 154 milhões de clientes. Também estão sendo fechadas 128 agências, que seriam, ao que se diz por aí, compensadas pela abertura de 112 unidade digitais, embora neste caso destinadas preferencialmente a outra clientela.

Tecnologia

A partir dos anos 2000 a tecnologia fez dos clientes, por meio de Internet Banking e Smartphones, executores de operações antes realizadas por bancários. Ao mesmo tempo, incentivou a denominada “bancarização” de cidadãos antes não vinculados a instituições financeiras.

Mas a tecnologia, no caso da Caixa, não se inclui entre suas virtudes.

Sob a gestão Centrão na Caixa, noticia-se que, em março, foram longas as filas nas unidades quando do acesso, dada a inoperância do sistema, ao programa Pé de Meia, criado para apoiar estudantes do ensino médio. Em junho, ocorreram atrasos no processamento das restituições do imposto de renda da pessoa física, inviabilizando-se assim no tempo adequado o crédito em conta. Houve lançamentos indevidos em faturas de cartões de crédito e, ainda, registros de bloqueios – bloqueios inexistentes – em contas do FGTS.

Ao mesmo tempo, projetos interrompidos na gestão Rita Serrano estão sendo retomados. Em duas notas publicadas pela Caixa recentemente, foi anunciada a intenção de transferência da administração das loterias da própria Caixa para a Caixa Loterias S.A e, também, anunciados estudos para ampliar a participação privada na Caixa Seguridade.

A Caixa é uma das poucas instituições ainda destinadas a executar políticas públicas. O Governo Federal deveria estar atento a isso, a seu fortalecimento e estrutura adequada, em lugar da barganha de cargos por votos parlamentares. E as entidades deveriam cobrá-lo para tanto.

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