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Empréstimo do Auxílio Brasil é mais caro do que o de MEI

Na véspera do feriado, começou a ser oferecido o crédito consignado sobre os valores do Auxílio Brasil (que extinguiu o Bolsa Família) e do BPC (que sofreu cortes no primeiro ano do atual governo).

Empregados das agências da CAIXA relataram aumento do fluxo de atendimento, mas alertam que o custo é alto. A taxa de juros na CAIXA é de 3,45%am, com prazo de 24 meses. O valor máximo é de R$2.500. A penúria pela qual passam 33 milhões de brasileiros, tecnicamente em estado de fome, justifica a procura, mas o impacto sobre o valor líquido do auxílio nos próximos meses é para ser ponderado.

Juros altos mesmo debitando direto do benefício

O Ministério da Cidadania fixou como taxa máxima a de 3,5%am. A CAIXA, mesmo sendo o banco com mais liberdade para aplicar taxas sociais, optou por aplicar uma taxa quase igual à máxima, seguindo a mesma política dos bancos privados.

Causa estranhamento, se comparado ao empréstimo para Microempreendedores Individuais (MEI’s), sem nenhuma garantia, tem taxa a partir de 1,65%am e taxa máxima de 3,6%am, com mesmo prazo, permitindo o acesso a R$3.000.

Informações contraditórias, queixas dos empregados CAIXA

Lançada sob pressão de urgência do governo Bolsonaro, a linha vem sendo divulgada pela imprensa como rápida (liberação do dinheiro em até 2 dias úteis). Porém, orientação interna da CAIXA apontava para prazo de averbação e liberação de até 15 dias, o que causou confusão nos atendimentos. Como ainda não houve nenhum contrato com valores liberados, segue a apreensão.

Após os episódios de agressões físicas e verbais diárias durante o pagamento do Auxílio Emergencial, durante a pandemia, os empregados da CAIXA queixam-se da dificuldade de trabalhar com a desorganização do atual governo: “Uma coisa foi durante o auge da pandemia. A gente entendeu a importância de ajudar o brasileiro mais necessitado do jeito que deu, na correria. Agora é diferente. O governo vem falando do empréstimo há meses. Precisava ser mais organizado e planejado.”

Itaú, Bradesco e Santander de fora novamente.

Durante a maior crise social e econômica dos últimos 70 anos, Itaú, e Bradesco e Santander não colocaram suas redes de atendimento à disposição do pagamento do Auxílio Emergencial. Por isso, as filas na CAIXA foram gigantescas, com aglomerações no auge da pandemia. Novamente, os principais bancos privados não se interessaram em oferecer a linha de crédito consignado do Auxílio.

Além de concentrar o atendimento na CAIXA, piorando o acesso à linha, esse cenário facilita que os bancos que aderiram ao programa do governo cobrem taxas maiores. Com exceção da CAIXA, os bancos que operam o crédito consignado do Auxílio Brasil são notórios pelas altas taxas cobradas de seus clientes. Segue a lista em ordem alfabética:

  1. Banco Agibank S/A
  2. Banco Crefisa S/A
  3. Banco Daycoval S/A
  4. Banco Pan S/A
  5. Banco Safra S/A
  6. Caixa Econômica Federal
  7. Capital Consig Sociedade de Crédito Direto S/A
  8. Facta Financeira S/A Crédito, Financiamento e Investimento
  9. Pintos S/A Créditos
  10. QI Sociedade de Crédito Direto S/A
  11. Valor Sociedade de Crédito Direto S/A
  12. Zema Crédito, Financiamento e Investimento S/A

Sim, o último banco da lista é da família do governador de Minas Gerais, do Partido Novo, que declarou apoio a Bolsonaro depois de ser reeleito. Será este o porquê de a CAIXA operar praticamente com a taxa máxima?

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