Em entrevista ao Valor Econômico (19/2), o presidente da Funcef, Renato Vilella, informa que a entidade pretende reduzir sua carteira de imóveis dos atuais 148 a 43 ativos. Segundo Vilella, a Fundação concentrará seus investimentos em “imóveis de valores médios e altos”. Foram citados o Hotel Renaissance e o Morumbi Shopping, ambos na capital paulista.
Em números de novembro de 2020 – os mais recentemente publicados – os investimentos imobiliários, considerados todos os planos, somam R$ 6,024 bilhões, valor equivalente a 7,76% de todo o ativo líquido de investimentos. No entanto, há diferença significativa de alocação entre os planos: No Reg/Replan Saldado, o segmento imobiliário corresponde a 10,9% do total; no Não Saldado, 9,6%; No Reb, 3,4%; e no Novo Plano, 0,5%.
Nos primeiros onze meses do ano, a valorização da carteira alcançou 3,34% ante meta de 8,21%. Essa rentabilidade será ajustada, dado que a reavaliação da carteira ocorre para o fechamento do balanço anual. No período 2017-2019, mesmo com o país em recessão, Investimentos Imobiliários no consolidado se valorizaram 30,3% ante meta 29,71%. Na série 2011-2019, a valorização da carteira foi de 219% ante meta de 168,8%.
A Resolução 4.661 do Conselho Monetário Nacional, de 25 de maio de 2018, limita os investimentos dos Fundos no segmento imobiliário a 20% do total de recursos em cada plano. Mas desde essa Resolução, aí são permitidos, apenas, fundos de investimentos imobiliários (FII), cédulas de crédito imobiliário (CCI), certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Diz a Resolução que, em até doze anos de sua entrada em vigor, as entidades fechadas “deverão alienar o estoque de imóveis e terrenos pertencentes à sua carteira própria ou constituir FII para abriga-los”.
Na carteira imobiliária, além de shoppings, hotéis, há muitos imóveis próprios, alugados à Caixa, cujos contratos se destacam pelo baixíssimo risco de inadimplemento.
Seria importante que a direção da Funcef informasse os participantes dos planos a respeito de sua política de alocação, especialmente pela diferença significativa de alocação em cada um deles e o impacto que causará mudança acentuada.