O Produto Interno Bruto brasileiro per capita em 2020 alcançou 10,6 mil dólares, valor pouco superior ao de 2007, de 10,2 mil dólares. Trata-se de indicador obtido pela divisão da riqueza produzida a cada ano (PIB) pelo número de habitantes. O dado é da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A variação no Brasil é bem inferior àquela observada no Uruguai, que nesse período registrou crescimento de 33,8%, e Chile, com 14,6%, os dois países com valores mais elevados na América Latina. México e Argentina, as duas maiores economias latinas se desconsiderada a brasileira, registraram reduções de 3,3% e 11,8%, respectivamente. O ano de 2007, na comparação, foi escolhido por ser imediatamente anterior à crise capitalista de 2008/2009.
Brasil estagnado
Observada evolução a cada ano, o PIB per capita no Brasil alcançou seu maior valor em 2013, com 11,9 mil dólares, mantendo-se nesse montante em 2014. Em 2015 e 2016, queda; de 2017 a 2019, variação residual. No Uruguai, Chile e México, crescimento até 2019 e encolhimento na pandemia. Na Argentina, perda a partir de 2018.
Evolução real do PIB no Brasil
Considerada séria iniciada em 1995, primeiro ano desde a criação do Real, oscilações acentuadas para mais e menos são a marca no resultado do produto interno bruto no país.
Os anos de 1998 e 1999 foram de variações residuais no PIB. Em 1998, último ano do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso, o país se socorria do Fundo Monetário Internacional (FMI) e mantinha artificialmente o valor da moeda; em 1999, início do segundo governo FHC, o Real sofreria desvalorização significativa.
Com Lula, destaque para 2007, 2008 e 2010, período considerado de política econômica desenvolvimentista, caracterizada pela intervenção do Estado na economia por meio de suas empresas ou de financiamentos, além de alta demanda internacional por produtos primários brasileiros (commodities); em 2009, crise mundial. Desde 2015, início do segundo governo Dilma e restabelecimento da política neoliberal, cenário de perdas ou crescimento insuficiente com Temer e Bolsonaro, até mesmo para recuperar o perdido.
PIB médio
Se observada a média em cada período de governo, incluindo aí as estimativas de mercado para 2021 e 2022, a variação no país desde 1995 gira em torno de 2,2%. O relatório de inflação do Banco Central do Brasil, base junho de 2021, revela que o hiato do produto, que representa a diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo, foi de 2,5% no segundo trimestre de 2021. Assim, o produto brasileiro, segundo esse indicador, pode crescer muito mais.