A luta contra o racismo é uma luta muito importante por justiça social. As bandeiras que fundaram este sistema em que vivemos eram: Igualdade, Liberdade e Fraternidade.
Porém, nesse sistema, foi construída uma relação de exploração de uma classe pela outra. Isso causou não só uma grande desigualdade, mas coisas abjetas como a escravidão.
As opressões (racismo, machismo, homofobia, xenofobia) são formas de dividir a classe trabalhadora. Uma vez dividida, a burguesia, que é uma classe minoritária na sociedade, consegue dominar a maioria, que é a classe trabalhadora.
Portanto, enquanto houver exploração haverá opressão! Nas palavras de Malcon X: “não existe capitalismo sem racismo”.
Trabalhar a consciência de nossa classe para banir a ideologia de opressão é uma das formas mais importantes de fortalecer nossas lutas por direitos e uma sociedade mais justa.
Desde o período de escravidão legal, as lutas dos povos negros e, também, indígenas sempre foram muito intensas. Derramou-se muito sangue ao longo de décadas de batalhas pela libertação dos escravos.
Mas é preciso saber que, até hoje, existe trabalho escravo. Aliás, a OIT calcula que existam cerca de 12,3 milhões de pessoas que fazem trabalho forçado (escravo), sendo 1,3 milhão na América Latina.
Daí a importância de continuar a luta contra o racismo, fortalecendo a luta contra a exploração.
Com suas lutas, os negros e negras avançam no processo de conscientização, em primeiro lugar, da sua própria raça, resgatando o orgulho de ser negro e fortalecendo a luta pela igualdade de direitos.
Mas essa conscientização também alcança os brancos e brancas, pois é fundamental unir as duas raças nessa luta contra a opressão racista e fortalecer a luta contra a exploração.
Bolsonaro – um governo racista!
Logo no início de seu mandato, Bolsonaro expressou o ódio racista que seu governo teria. Declarando sobre os Quilombolas, usou expressões extremamente ofensivas: “não servem para nada”; “nem para procriadores servem mais”, “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”.
O Ministério Público Federal entrou com uma ação contra Bolsonaro exigindo o pagamento de R$ 300 mil reais em ressarcimento às comunidades Quilombolas, mas a justiça acabou condenando-o a pagar apenas R$ 50 mil, que irão para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.
Bolsonaro combate as cotas, corta verba do SUS e do auxílio emergencial, todos eles serviços que atendem aos mais pobres, cuja população é de maioria de negros e negras. A maior parte dos mais de 600 mil que faleceram de Covid-19 foi de negros, negras e indígenas.
Na Fundação Palmares, uma instituição criada para trabalhar contra questões de racismo, Bolsonaro nomeou, para presidente da entidade, um negro chamado Sérgio Camargo.
A despeito de ser negro, Sergio Camargo carrega todos os preconceitos que a extrema direita traz em sua ideologia. Uma de suas frases, que mais demonstra isso, foi: “a escravidão foi terrível, mas benéfica para os descendentes”.
O movimento negro considera Sergio Camargo um “capitão do mato” – termo designado para os negros que caçavam escravos que fugiam em busca de liberdade.
Novembro negro
Em todo o mundo crescem as mobilizações contra o racismo, mas, infelizmente, segue muito forte essa opressão. Na Europa, sempre aparecem denúncias de jogadores de futebol que são hostilizados pelas torcidas, com xingamentos racistas.
Nos EUA e aqui no Brasil “chovem” denúncias de violência policial contra negros e negras, com agressões, prisões arbitrárias e assassinatos pela polícia e seguranças privados.
É preciso fortalecer o combate ao racismo! Por isso, o movimento negro resolveu lançar uma campanha igual a essas que colocam uma cor em cada mês. Como o Dia da Consciência Negra é em 20 de novembro, resolveu-se que novembro será o mês da cor negra!
Durante esse mês, ocorrerão debates, atividades e atos contra o racismo, buscando aumentar a consciência sobre o tema e a luta contra essa opressão.