A Funcef divulgou em 24 de março a política de investimentos, período 2022-2026, proposta pela diretoria da fundação e aprovada por seu Conselho Deliberativo. Em todos os planos, independentemente de sua característica, a exposição em renda variável perde muito espaço, enquanto títulos da dívida pública da União, especialmente aplicações em Notas do Tesouro Nacional (NTN), ganham ainda mais relevância. De novidade, algum recurso para aplicação no exterior. Haverá crescimento em investimentos estruturados por meio de alocação em fundos multimercado. Operações com participantes, segmento que pode receber até 15% das reservas, continua com alocação bem inferior esse limite, possivelmente pela baixa margem consignável dos participantes dos planos. Investimentos imobiliários terão proporção residual.
Na política de investimentos é feita referência a plano maduro, caso do Reg/Replan, caracterizado pelo número predominante de aposentados e pensionistas tanto com benefício saldado quanto não saldado, e planos jovens, casos do Novo Plano e Reb, nos quais a maioria dos participantes ainda se encontra na fase de acumulação de saldos para o benefício futuro. Não obstante a diferenciação, a estratégia de alocação não se diferencia. A taxa atuarial ou meta de rentabilidade continua em 4,5% ao ano, comum a todos, além da correção inflacionária medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A elevação da taxa básica de juros (Selic) e a alta inflação favorecem a aplicação em títulos públicos. Se para a economia do país taxa básica elevada tem consequências nocivas, para o rentismo o retorno é assegurado. Ao mesmo tempo, a alocação muito acentuada em títulos públicos é sinônimo de conforto absoluto aos gestores.