Movimento

CAMPANHA SALARIAL 2022: CADÊ A GREVE?

Negociar, negociar, negociar e fechar o Acordo Coletivo. Essa é uma política que vem sendo implementada pela Contraf desde 2016.

Não tem havido mais greves desde então!

Mas, será que é uma questão de falta de correlação de forças, a categoria não quer lutar? Nada mais falso!

Para dar um exemplo, em 2018, na Caixa, a categoria estava furiosa com a proposta de alterações no Saúde Caixa e queria fazer uma greve para resolver isso.

As direções sindicais indicaram a aceitação do Acordo, não publicaram qual era a proposta no site (nem antes, nem depois das assembleias) e mentiram, dizendo que nada estava mudando no Plano de Saúde com o Acordo.

Foi nesse ano que se implementou o teto de 6,5% da folha de pagamento, fato que gerou um lucro enorme na Caixa, o que promoveu o presidente da instituição, o bolsonarista Pedro Guimarães.

De lá para cá as coisas pioram cada vez mais!

As negociações sobre o Saúde Caixa estão ocorrendo sob sigilo, o movimento não sabe nada do que a Contraf/Comissão Executiva dos Empregados ou o Conselho de Usuários estão debatendo com a Caixa sobre o Plano de Saúde.

No movimento, os fóruns, que eram já escassos, na pandemia se tornaram totalmente burocráticos. Ninguém consegue falar nas assembleias e encontros para se contrapor ao que a direção sindical está apresentando.

Atualmente, pós-pandemia, fazem assembleia virtual sem nenhum debate e com uma votação que ninguém sabe quem está votando, ninguém tem o controle disso, apenas a direção do sindicato.

Neste ano temos o trunfo da eleição

É notória a preocupação do governo Bolsonaro com sua reeleição. As pesquisas eleitorais demonstram sua impopularidade e a possibilidade de perder as eleições no 1º turno!

Com essa situação eleitoral, com nossa Campanha Salarial ocorrendo nas vésperas das eleições, e com Campanhas Salariais de Petroleiros e Correios no mesmo período, poderíamos realizar uma forte Greve e colocar o governo na parede.

Era para nós estarmos nas ruas, já falando da Greve e chamando a categoria para uma luta gigante, que pudesse não só conseguir um bom Acordo, mas derrotar de vez Bolsonaro.

Mas cadê isso?

Vimos nos Congressos na Caixa e do BB e na Conferência Nacional dos Bancários os dirigentes sindicais dizendo que o que mais importa agora é eleger Lula presidente!

É evidente que na democracia cada um tem o direito de defender o candidato que quiser, tem o direito de priorizar em sua vida fazer as eleições ao invés de lutar na campanha salarial. Mas, um sindicato não é assim!

A começar pelo fato de que um sindicato representa uma categoria, ou seja, trabalhadores que tem mais de uma opinião, mais de um candidato ou que não apoiam nenhum candidato.

Segundo, que o papel do sindicato é defender os interesses corporativos da categoria, não colocando à frente interesses partidários ou de governos. O sindicato tem que seguir fazendo aquilo que a categoria quer, aquilo que lhe interesse!

Dizer em plena Campanha Salarial, que o mais importante é a eleição de um candidato, significa dividir a categoria e, com isso, enfraquecer a luta.

Por isso, nós do Agora é para Todos, que também temos candidatos e vamos fazer campanha para eles, estamos mais preocupados no momento com a Campanha Salarial, que ocorrerá antes das eleições e que será fundamental para nossos direitos.

Defendemos que a Campanha Salarial seja colocada nas ruas, com o chamado a construir uma Greve, desde já!

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