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1º de setembro: bancários e seu quase nenhum ganho real

Desde a data-base 2016, serão oito setembros. O ganho dos bancários – trabalhador de setor de atividade sempre recordista em ganhos – terá acumulado nesse período apenas 0,62% acima do índice de inflação e as campanhas, sempre rotuladas vitoriosas, limitadas à teatral repetição de fotografias de encontros entre negociadores.

Dia 1º de setembro, data-base da categoria, os salários de bancários serão corrigidos pela inflação acumulada de setembro de 2022 a agosto de 2023 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além de 0,5% a título de ganho real. A se confirmar a expectativa quanto ao INPC, correção total de 4,66%. Tal reajuste foi definido ainda em agosto de 2022, mês em que a Fenaban, representante dos bancos, e a Contraf-CUT, coordenadora da representação dos bancários, firmaram a Convenção Coletiva da Categoria Bancária (CCT) com vigência de 1º de setembro de 2022 a 31 de agosto de 2024.

Negociação bienal

O modelo adotado em 2016 faz com a categoria tenha seu processo de negociação outrora anual transformado em bienal, o que alivia banqueiros do conflito com bancários. Os resultados alternam perda salarial, caracterizada pela correção inferior à inflação, perda com a qual bancários conviveram ao menos o primeiro de vigência de três acordos, e algum ganho, no caso sempre residual.

Assim, no período 2016-2023 o ganho real acumulado pela categoria bancária alcançará 0,62% (tabela 1).

Ganho de bancos

Vale destacar, embora óbvio, que o ganho dos bancos, com o país arruinado ou remediado, é sempre elevado. A tabela a seguir demonstra a rentabilidade real em relação ao capital aplicado pelo banqueiro desde 2016.

O teatro das campanhas

Campanhas salariais, objetivamente, não têm sido realizadas desde a adoção do processo bienal. Elas se limitam às salas de reunião, notas de algumas entidades registrando que não se tolerará isso ou aquilo, propostas de protestos em redes sociais, bancários mantidos distantes. No fim, negociadores fazem a propaganda de resultados rotulados vitoriosos, para, em seguida, submetê-los a um sim ou não em plebiscitos virtuais, sem contraposição, sem espaço para questionamentos, por vezes sem nem mesmo detalhe do que se está plebiscitando. Organizar bancários e liderar sua luta, papel das entidades construídas para tanto, é coisa passada, quando muito ainda registrada em estatuto, nada além disso.

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