Caixa se manifesta relativamente à destituição de gerentes da Caixa Asset. A destituição, segundo noticiado em diversos meios de comunicação desde 12 de julho, foi motivada pela elaboração de parecer contrário à aquisição de letras financeiras do Banco Master. Por esse parecer, o negócio, de R$ 500 milhões, foi considerado operação atípica e arriscada, com alto risco de insolvência.
Em declaração destacada em 13 de julho pelos portais Brasil 247 e Diário do Centro do Mundo, a Caixa afirma “que realiza uma avaliação periódica de seu time de gestores e que não compactua com qualquer tipo de retaliação interna”. Referindo-se ao parecer, ao qual tiveram acesso meios de comunicação, a Caixa manifesta sua estranheza com “o vazamento de documento sigiloso, cujo conhecimento se resumia a pouquíssimas pessoas, logo após a mudança da equipe” e que tomará as providências legais para responsabilização dos envolvidos no vazamento.
Rede de influência
Matéria do Portal ICL Notícias, de 13 de julho, informa que foram três os empregados da Caixa – e não dois, como anteriormente divulgado – destituídos de seus cargos na Caixa Asset por se colocarem contra a operação com o Banco Master. A manifestação contrária teria ocorrido na sexta-feira 5 de julho e a destituição na segunda-feira seguinte, 8.
O ICL Notícias também traça o que seria a rede de influência na Caixa Asset. Essa gestora de ativos, subsidiária de capital ainda integralmente da Caixa, é presidida por “Pablo Sarmento (…) nome escolhido após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vencer a queda de braço com o governo para a escolha do presidente da Caixa”. Arthur Lira, ainda segundo o ICL Notícias, também indicou Carlos Antônio Vieira Fernandes à presidência do banco. Pablo Sarmento, por sua vez, fora indicado por Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa no governo Bolsonaro, para a presidência da Caixa Capitalização, cargo que ocupou até o final de 2022, quando destituído pelo Conselho de Administração da empresa. Sarmento “é tido como homem de confiança do Partido Liberal do Rio de Janeiro”, diz o ICL Notícias. O portal ainda revela que Tarso Duarte de Assis, atual Vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, “foi assessor da presidência do Banco Master, justamente a instituição que tenta a operação com a Caixa, considerada de alto risco pelos funcionários afastados”.
Manifestação de entidades
Após manifestação da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) e Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag), em que essas entidades declaram acompanhar desdobramentos do caso, comprometendo-se a atuar para que a operação com o Banco Master não seja realizada, foi a vez da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf) declararem em nota que “a destituição desses empregados parece ser uma retaliação injusta, que demanda uma apuração rigorosa e imediata por parte da Caixa”. Acrescentam, ainda, que a conselheira eleita do Conselho Administrativo da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, tomará providências para que o diretor-presidente da Asset seja convocado a prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.
A ver.