Mensagem da Caixa aos empregados em 6 de dezembro registrou que a proposta de acordo relativa ao Saúde Caixa havia sido aprovada em “assembleias realizadas em todo o país” de 5 de dezembro. E acrescenta: “o acordo foi construído em conjunto pela Caixa e pelas entidades representativas dos empregados, Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – CONTRAF e Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito – CONTEC, e aprovadas por empregados em Assembleias realizadas ontem”.
Não obstante ser racional e exigível a negociação com alcance em todo país, dada, inclusive, a caracterização da Caixa no relacionamento com seus trabalhadores concursados, a formalização de acordo cabe a cada sindicato de bancários, desde que a entidade seja autorizada a tanto em assembleia de sua respectiva base territorial. Não há assembleia nacional.
Coisa confusa
A coisa é confusa. Naquele 6 de dezembro, São Paulo, a maior das bases sindicais, ainda não havia nem mesmo realizado sua assembleia – plebiscito, em verdade -, o que se concretizou, apenas, na sexta-feira 8 de dezembro. Mais que isso, bases com número muito elevado de trabalhadores da Caixa, a exemplo de Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, haviam rejeitado a proposta. E ainda: a Contec, mencionada pela Caixa, informara que 62% dos votantes nas bases de sindicatos a ela vinculados disserem não ao acordo.
Contraf-CUT e Federação de São Paulo
A Contraf-CUT, na noite de 5 de dezembro, anunciara textualmente a “aprovação por 73,6% dos sindicatos que participaram” e “51,6% dos votantes”. A lista de sindicatos que teriam aprovado foi publicada pela Confederação dias depois, mas não a de sindicatos cujas bases rejeitaram a proposta.
Observadas entidades no Estado de São Paulo, por exemplo, não foram informados resultados em outras grandes concentrações de trabalhadores, como ABC, Araraquara, Assis, Limeira, Moji das Cruzes e Ribeirão Preto. Ainda no Estado de São Paulo, na base da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, informe de que houve votação favorável à aprovação por 53,1% dos 2.727 votantes (35% de toda a base). Mas quais bases dos 19 sindicatos filiados a essa federação?
Enfim, antes mesmo do fim das assembleias e mesmo com a rejeição, dados os números informados, de metade dos votantes e diversas bases territoriais, como foi possível à Caixa e Contraf-CUT darem por aprovada a proposta e encerrado o processo de negociação?