CaixaPrevidência e Saúde

Bolsonaro passa pano para PG e causa revolta nas bancárias vítimas de assédio sexual

Nada que cause surpresa em quem quer que seja, mas faz aumentar o sentimento de asco contra essa dupla desprezível: Bolsonaro e Pedro Guimarães. O despresidente da república, na última segunda-feira (24/10), em entrevista ao portal “Metrópoles”, afirmou que não viu nada demais nas denúncias de assédio sexual, motivo da demissão do ex-presidente da Caixa.

Sobre a declaração de Bolsonaro, nada a acrescentar, pois é apenas mais um fato a falar por si. Mas as colegas, vítimas da perversidade do proscrito gestor maior da Caixa, sob um misto de revolta e indignação, absolutamente justificáveis, publicaram manifesto, por meio de suas advogadas, abaixo reproduzido, vejam:

NOTA DAS VÍTIMAS DE ASSÉDIO SEXUAL DA CAIXA EM RAZÃO DE RECENTE ENTREVISTA DO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JAIR MESSIAS BOLSONARO AO PORTAL METRÓPOLES

À vista de recente entrevista concedida pelo Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ao Portal Metrópoles na qual é por ele afirmado não existir “nada de contundente” nas denúncias feitas daquele que ficou publicamente conhecido como o ESCÂNDALO DE ASSÉDIO SEXUAL NA CAIXA e no qual é investigado o ex-presidente daquele órgão, Sr. Pedro Guimarães, em nome e a pedido das VÍTIMAS que representamos na esfera criminal neste caso, temos a dizer:

Um, ser estarrecedor que para o Mandatário da nação não sejam contundentes atos relatados e atribuídos ao presidente de uma instituição do porte da Caixa, que deveria ter instrumentos de controle e governança eficientes, consistentes em violações profundas aos corpos, às imagens e à intimidade de servidoras do órgão;

Dois, ser motivo de tristeza que condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos, além de constantes convites para “massagens”, “banhos de piscina” ou idas a “saunas” sejam naturalizados e tidos, repetimos, como “não contundentes” pelo Chefe do Poder Executivo;

Três, acima de tudo, é motivo de indignação e revolta que, ao minimizar a dor e o sofrimento já expressos em inúmeros depoimentos perante a Corregedoria da Caixa, o Ministério Público do Trabalho e, no âmbito criminal, o Ministério Público Federal, as VÍTIMAS tenham sua PALAVRA posta em dúvida em contribuição ao processo de REVITIMIZAÇÃO que um Presidente da República deveria ter como compromisso combater.

Por fim, em respeito à voz das VÍTIMAS reproduzimos integralmente parte de sua manifestação: “Seria contundente, senhor Presidente da República, se o fato ocorresse com sua esposa ou filha? Acreditamos que sim. Pois saiba que além de mulheres, também somos esposas, filhas, mães e profissionais que foram abusadas, lesadas e agredidas pela conduta de alguém que deveria ser líder, mas que optou por ser algoz. E, assim como em suas duras e desprezíveis palavras, fomos desacreditadas e relegadas à nossa própria sorte pela instituição que deveria garantir nossa integridade. Mas não nos calamos e não iremos nos calar. A verdade, apenas a verdade, é suficientemente contundente para fazer justiça e para que outras mulheres não sofram o mesmo que nós.”

 

Brasília, 25 de outubro de 2022.

 

Soraia da Rosa Mendes                Ana Maria Martínez

OAB/DF 62.700                                OAB/DF 62.320

Qual é a sua reação?

Animado(a)
0
Gostei
3
Apaixonado
0
Não gostei
0
Bobo(a)
0

Você pode gostar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em:Caixa