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Caos: CAIXA convoca funcionários a fazer horas extras na véspera do dia 23:

 

Retorno ao horário convencional havia sido anunciado há 1 mês, mas nada foi planejado

Caos, segundo Hesíodo em sua Teogonia, seria o primeiro dos deuses primordiais da mitologia grega. O primeiro dos primeiros. Dele teriam nascido a Noite e também Érebos (Deus das Trevas). Na CAIXA, depois do caos e das trevas que foram a pandemia, em vez de vermos o esforço para reconstruir a organização, os choques de caos seguem. Depois das trevas novo caos. Por que, depois dos caos, querem novas trevas?

Junto com as várias reestruturações das áreas meio, matriz e da rede de atendimento, veio a pandemia. E com a pandemia o pagamento do auxílio emergencial e a necessidade do home office, como medida sanitária urgente. Tudo isso gerou desorganização, e muitas vezes caos.

A possibilidade de prever cenários permitiria medidas mais planejadas por parte da direção da empresa, com o relativo controle da pandemia – relativo, porque enquanto escrevemos este texto, recebemos a notícia de que a taxa de transmissão voltou a ser superior a 1, o que indica que ela pode sair de controle novamente. Organização e planejamento não são vistos há muitos meses nos corredores da matriz, a não ser para acelerar a privatização, através das subsidiárias.

Em outubro, o retorno o trabalho presencial foi antecipado de 31/12 para 03/11 e, intempestivamente, exigido num intervalo de menos de 10 dias. Agora foi a vez de uma convocação de última hora para realização de jornada estendida (horas extras) durante os dias 23 a 26/11. A causa é que a partir de hoje, dia 23/11, o horário de atendimento das agências retornaria ao horário convencional. E, ao final do expediente, às 16h de hoje, a direção da empresa ainda não sabia se desmobilizaria a convocação para o resto da semana, diante de um dia de atendimento “sob controle” das agências. Junte a tudo isso o “fim” do Bolsa Família, que gerou tanta insegurança nos beneficiários e filas nas agências mais periféricas.

A gestão pelo caos precisa ser repudiada. Depois de tanto sofrimento gerado pelas inseguranças diante da pandemia, era de se esperar mais tato no trato com as pessoas. Quando alertávamos que o fim da VIPES era um símbolo do que estava por vir, a direção da CAIXA afirmou que estávamos exagerando. A experiência fala o contrário.

É necessário reorganizar a solidariedade nos locais de trabalho e construir um movimento de questionamento a tantas arbitrariedades e tanta violência emocional. Hesíodo disse que da Noite e de Érebos teria nascido o dia. Nestas trevas, cabe aos trabalhadores – que é quem atende nossos clientes e gera os resultados – fazer surgir a manhã, pois o governo federal e esta direção da CAIXA, além de viagens para autopromoção, só produzem o caos. Ele tem sido o pré-requisito para desmontar a empresa e provocar sua privatização – o que já está acontecendo, as poucos e do jeito que der, na calada da noite.

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