Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo (edição de 11/2), Elena Landau, diretora da área responsável pelo Programa Nacional de Desestatização do BNDES no governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), mostrou-se indignada com o empacado, segundo ela, processo de privatização no governo Bolsonaro, em especial o da Eletrobrás. Aliás, defende que se esqueça a Eletrobrás, que mingua por não mais investir.

Em compensação, disse estar “interessada em vender a Caixa”, presidida por um “cara supostamente liberal fazendo o uso mais populista possível do um banco público”.

O populista, aí, deve ser referência ao fato de a Caixa ter viabilizado a dezenas de milhões de pessoas durante a crise sanitária o pagamento do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional, auxílio em valor e forma que passou por cima, aliás, da intenção da área econômica do Governo Federal.

Diz Elena que a privatização da Caixa é preferível à privatização da Eletrobrás, pois “o estrago que a Caixa faz no setor bancário é muito maior que o da Eletrobrás no setor de energia”.

Elena Landau tem razão?
Vejamos: apesar dos esforços contrários nascidos da visão privatista na era Temer e Bolsonaro, a Caixa é um banco por onde passam mais de 100 milhões de brasileiros, detém 38% do mercado de poupança, 66% dos saldos em financiamento habitacional, 8% dos fundos de Investimentos privados, faz a administração das loterias federais. Em suas agências, a venda de seguros movimentou mais R$ 26 bilhões nos primeiros nove meses de 2020. A Caixa administra o FGTS, fundo de saldos desconhecidos até o início dos anos 1990, então em inúmeras contas perdidas em bancos privados.

Portanto, há que se reconhecer: Landau tem razão quanto à Caixa. O estrago é muito grande, e de sua opinião certamente compartilham Itaú, Bradesco e Santander, a troica do oligopólio privado, que cobiça esses números.

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