12 de janeiro de 2022 marca os 161 anos de criação da Caixa Econômica Federal.
Felicitar o país pela Caixa continua adequado. É necessário, inclusive para marcar a resistência da instituição à agressão de seu controlador.
São 145 milhões de correntistas junto à Caixa, de “cpfs”, diz o registro em suas demonstrações financeiras. Nas demonstrações a intenção é valorizar o lucro, o dividendo, o indicador contábil bilionário. Mas resultados positivos, há muito inerentes à Caixa – não obstante, há que se repetir, a agressão de seu controlador – significam bem menos que os milhares de antônios, assumptas, dolores, bernardos e iracemas que passam ou, em algum momento, por ela passaram. Por quê? Porque a esses milhares se seguiram e se seguem ronaldos, magalis, sérgios, elianes e solanges, cleides e ibiracis. Enfim, há muita gente amparada pela Caixa, incluindo aqueles com justificadas queixas a ela. O saldo, sem dúvida, é de benefícios a todos, à cidadania, mesmo que por vezes disto alguns nem se deem conta. Foram ou são empresários, professores, operários, escriturários, chacareiros, liberais, vendedores, administradores, gente do trabalho em suas casas. A Caixa é das pessoas.
As pessoas se valem de penhores, bilhetes, apostas, casas próprias, veículos, mensalidades universitárias, consignações, auxílios emergenciais, fundos sociais, saneamento básico ou, simplesmente, de respostas a suas consultas. Muitos aos quais o sistema financeiro nem reconhece se veem atendidos pela Caixa ou, ainda, veem atendidos aqueles de seu convívio também não reconhecidos por tal sistema.
Pode-se dizer, pelo que em outros tempos se presenciou e se presencia novamente agora, que teimosamente a Caixa enfrenta a agressão, no mais das vezes cultivada por especialistas em gerenciamento dito técnico, na prática o de ações leiloadas em relações com investidores, meio de tornar privativo de poucos o que tem de ser público.
E se teimosamente enfrenta, assim o faz por estar amparada em necessitados que a valorizam, em movimentos sociais que dela dependem, em trabalhadores, em aposentados, em cidadãos que reconhecem a importância de um instrumento de políticas de Estado.
E assim, teimosa e amparada, a Caixa continuará seguindo. Certamente.
Parabéns, Brasil, por ter a Caixa.