Repetindo números, pois são substantivos para o óbvio: em 31 de dezembro de 2014 a Caixa empregava 100.677 trabalhadores concursados, mantinha 4.205 agências e postos bancários, tinha 78,3 milhões de clientes. Em 30 de setembro de 2020, 84.290 empregados, 4.156 agências e postos, 145,3 milhões de clientes. Não há tecnologia que dê conta da redução de 16,3% na quantidade de pessoal ante 85,6% no crescimento no número de clientes, mantidas praticamente as unidades de atendimento, sem quantificar, aqui, as imprescindíveis áreas de retaguarda. Os números são do próprio banco.

Muito menos pessoas para atender muito mais pessoas espalhadas nas mesmas portas. Assim, filas nas calçadas, antes mesmo da marca na fachada, revelam a existência de uma agência da Caixa. Para sermos justos, por vezes revelam também lotéricas que, como se sabe, são agências bancárias sem bancários, ao menos assim reconhecidos. As lotéricas são credenciadas e fiscalizadas pela Caixa. Com a direção atual do banco, só poderiam dar nisso.

As operações se realizam e as filas andam na Caixa graças ao trabalho sobre-humano dos bancários, por intermináveis horas.
O Presidente da Empresa – preocupado certamente com uma porta giratória que não a da agência e, sim, com aquela que conduz do privado para o público e de volta ao privado – não está nem aí. Afinal, é alguém que se declarou surpreso por pessoas viverem de lixões, revelação com, vá lá, alguma dose de ignorância, para não dizer apenas cínica.

De toda forma, ele é, tipicamente, um farialimer, neologismo que substantiva e adjetiva ao mesmo tempo. A fila que o incomoda é de outros farialimers, os que esperam pela oferta inicial de ações para abocanhar ganhos com produtos e serviços da Caixa, essenciais ao banco público.
Sem contratação, sem estrutura, sem produtos e serviços, a Caixa será aquilo que os farialimers querem dela fazer: um butim de guerra.

A população e empregados da Caixa, em especial, devem ser chamados a lutar contra isso. E já.

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