Com o resultado neste ano, negativo de R$ 640,6 milhões na base agosto, os planos administrados pela Funcef contabilizam déficit acumulado de R$ 6,995 bilhões (Tabela 1, linha “d”), montante 10% superior ao acumulado até dezembro de 2023, R$ 6,354 bilhões (Tabela 1, linha “a”). Mas não há, considerado o ajuste contábil permitido pela precificação de títulos públicos (tabela 1, linha “e”), risco imediato de novo equacionamento.
A precificação é forma de contabilização de títulos da dívida da União, se vinculados a índices de preços e mantidos até o vencimento, que considera taxa real de juros contratada quando de sua aquisição, valorizando o título em relação à meta estabelecida no plano e em relação à taxa que seria alcançada na negociação em mercado na data presente.
Rentabilidade por plano
A exemplo do observado em meses anteriores deste ano, a meta ou taxa mínima atuarial, definida em 5,86%, foi superada na valorização das reservas para pagamento de assistidos do Novo Plano e Plano Reb, enquanto as cotas que determinam saldos de contas dos ativos desses planos se valorizaram em percentuais inferiores ao que se esperava.
A taxa mínima atuarial ou meta, comum a todos os planos administrados pela Funcef, tem por variáveis o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período e taxa de juros de 4,5% ao ano. Até agosto, variação de 2,80% do INPC acrescida de taxa de juros de 2,98%, correspondente a oito doze avos da taxa anual.
Gráfico 1 – rentabilidade e meta no período janeiro-agosto de 2024, planos Funcef
Fonte: Funcef
Segmentos de aplicação
Somados, os planos Funcef contabilizam R$ 109,3 bilhões. Desse total, R$ 83,1 bilhões, ou 76%, no segmento de Renda Fixa, em maioria títulos da dívida pública da União, e R$ 12,2 bilhões, ou 11,2%, em Renda Variável, essencialmente títulos negociados em mercado aberto. Esses dois segmentos, que totalizam 87,2% das aplicações e, portanto, são determinantes para os resultados dos planos, apresentaram variação 0,7 ponto acima da meta, no caso da RF, e negativa em 1,76%, no caso da RV. O destaque nos primeiros oito meses é a variação de quotas em fundos de investimentos no exterior, 25,94%.