Em 2025, o Dia do Trabalhador completará 100 anos como feriado brasileiro. Quem quiser saber mais dessa história, basta dar uma olhada em nossa matéria do ano passado. Desde então, patrões e governos fazem tentativas de descaracterizar a mobilização da classe trabalhadora que inspira a data – mas o que pode ocorrer agora é diferente.
Na semana passada, recebemos a notícia de que a ultradireita propõe fazer uma das maiores afrontas ao Primeiro de Maio da história do Brasil. A proposta dos bolsonaristas é fazer um ato na Avenida Paulista, no mesmo dia, com pautas entreguistas, elitistas e reacionárias – e para homenagear Daniel Silveira. O deputado foi condenado criminalmente a 8 anos e 9 meses de prisão, por ter defendido e convocado atos violentos contra a democracia, ameaçando o STF e defendendo a ditadura militar e o AI-5. Quando integrante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Silveira colecionou 60 sanções disciplinares e respondia a processo administrativo que deveria exonerá-lo, quando foi eleito em 2018, conforme comprovou matéria do Intercept Brasil. Bolsonaro faz campanha eleitoral antecipada e quer aproveitar a deixa para mobilizar sua base mais fanática.
Não vai dar para esperar as eleições. Liberdades democráticas e direitos trabalhistas de cem anos estão em jogo
Diante das ameaças golpistas e do decreto de Bolsonaro para cancelar a condenação do ex-PM, fica claro que, para deter a ultradireita e sua pauta, é insuficiente aguardar e votar nas eleições outubro.
Bolsonaro segue governando para os ricos, afirmando que o trabalhador deve abrir mão de seus direitos para ter seu emprego. A Reforma Trabalhista foi feita há quatro anos e meio, pondo em prática a proposta de Bolsonaro – e a única coisa que segue estável no Brasil é o desemprego e a precarização. Preços exorbitantes, desabastecimento cada vez maior. Denúncias infindáveis, envolvendo toda a família do presidente. Pastores corruptos que se reuniram com a cúpula do governo com mais frequência do que os ministros.
É necessário enfraquecer e deter Bolsonaro, pois, a cada dia no poder, buscará se reeleger, abusando da máquina e do dinheiro públicos, enquanto milhões de brasileiros passam fome.
Para trabalhadoras e trabalhadores da CAIXA, novos passos no desmonte podem ocorrer. Há rumores de uma nova restruturação na rede de atendimento. À medida que o cenário externo se estilize, pode ser retomado o desmembramento do banco em subsidiárias, privatizadas por meio da abertura de capital. Enquanto o pupilo Pedro Guimarães for capaz de tomar iniciativas, o futuro da empresa segue em alto risco.
Domingo – 1o de Maio – Participar das manifestações país afora
O Primeiro de Maio de 2022 precisa dizer um basta ao governo militar de Bolsonaro. Reorganizar-se e tomar as ruas: este é o caminho para os que acreditam num futuro melhor, sem miséria, desigualdade e opressão – e com mais liberdade para seguir lutando.
O AgoraÉParaTodos acredita, como muitos, que é necessário superar o modo de agir das atuais direções sindicais. Mas para renovar o movimento, é preciso que uma nova geração de ativistas, com muita disposição para ouvir – e mais coragem para enfrentar os privilégios da elite brasileira – seja forjada desde já nas lutas e nos desafios que ora se apresentam. Derrotar o bolsonarismo é o principal desses desafios.