A Calixcoca, vacina terapêutica em desenvolvimento na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para o tratamento da dependência em cocaína e crack, está concorrendo ao Prêmio Euro de Inovação em Medicina.
As etapas pré-clínicas já foram superadas com sucesso, confirmando a eficácia e a segurança do tratamento, não só da dependência, como da prevenção de riscos quando da utilização dessas drogas durante a gravidez, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Na atual fase os pesquisadores buscam financiamento para iniciar a testagem em humanos.
O desenvolvimento da vacina é uma novidade no tratamento desse tipo de dependência, pois não existiam, até então, medicamentos com essa característica, mas apenas remédios que agiam na questão comportamental e sintomática, fazendo com que os pacientes suportassem a abstinência.
De acordo com estudos do Escritório para Drogas e Crimes da Organização das Nações Unidades (ONU), essas substâncias são consumidas por 18 milhões de pessoas no mundo e desses, 25% se tornam dependentes. O Brasil é o segundo maior consumidor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
A Calixcoca age na corrente sanguínea, induzindo o sistema imune a produzir anticorpos e esses transformam a droga numa molécula grande, não conseguindo passar pela barreira hematoencefálica. Segundo o professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade, Dr. Frederico Duarte Garcia, “A vacina aporta uma solução que permite aos pacientes com dependência se reinserir socialmente e a voltar a realizar seus sonhos.”
O projeto foi desenvolvido até o presente momento com recursos exclusivamente governamentais e a Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG já providenciou o depósito da patente.
O trabalho concorre, já na fase finalista, ao Prêmio Euro de Inovação na Saúde e para fazer jus a ele é necessário vencer a votação pelo site www.premioeuro.com , mas somente profissionais médicos podem participar da votação, aberta a 17 países da América Latina.